Data: 18/11/2019

O número de academias parece se multiplicar a cada dia. Assim como temos a impressão de que observarmos pessoas com roupas de malhar por todos os lados se tornou uma constante.

Não é apenas uma impressão.

Os números de mercado nos mostram que o segmento fitness cresce a cada ano. Uma maior conscientização sobre saúde e forma física está levando mais pessoas para as academias. Acompanhada da mudança de hábitos físicos também está a mudança de hábitos alimentares.

Os suplementos de academia abriram uma vertente de mercado muito lucrativa e de rápida evolução. Quem trabalha com a formulação desse tipo de produto precisa estar atento às constantes mudanças nas tendências de consumo, além de também ficar de olho nos ingredientes que garantirão os suplementos mais eficazes.

Neste blog post, explicaremos algumas destas tendências e abordaremos os principais tipos de suplementos do mercado fitness, assim como os ingredientes que podem ser utilizados para a formulação dos mesmos.

Entendendo um segmento em plena ascensão

O mercado fitness está em plena ascensão. Pelo menos é isso o que os dados apontam. Atualmente, este segmento movimenta aproximadamente $87.2 bilhões ao redor do mundo, com 201.000 academias e mais de 174 milhões de membros. Este número representa um aumento de 20 milhões de membros, comparando-se com o ano de 2017.

Claro que toda essa ascensão vem acompanhada de grandes tendências.

O mercado fitness vem apresentando uma mudança em seu público-alvo. Historicamente mais voltado para os homens, este segmento tem voltado a atenção recentemente para as mulheres, que tem passado a se interessar cada vez mais por condicionamento físico e esportes.

Uma outra tendência do mercado fitness é o foco em proteínas. O número de produtos que alegam possuir um alto teor de proteínas cresceu muito nos últimos anos. Porém, para que um fabricante possa fazer esse tipo de alegação, no mínimo 20% das calorias do produto devem ser derivadas de proteínas.

Muito desta tendência possui forte influência do apelo midiático em cima deste tipo de suplemento, além de uma maior consciência dos consumidores em relação a aspectos de saúde e condicionamento físico.

Falando em proteínas, os suplementos protéicos são os líderes de vendas dentro deste setor, demonstrando que a tendência já se consolida como uma realidade.

De acordo com a Grand View Research, o mercado global de suplementos protéicos arrecadou 14 bilhões de dólares em 2018. Dentre os tipos de produtos, destaca-se as bebidas prontas para consumo sendo o segmento que cresce mais rápido. Estas bebidas oferecem alta dose de proteínas, rapidamente absorvidas pelo corpo para ajudar na construção de massa magra. Podem ser consumidas antes ou depois do treino.

Já o whey protein, um clássico das academias, representou 56,7% de toda a receita de suplementos fitness. Considerado o principal suplemento nutritivo, o whey possui alta aderência por parte de atletas e body builders.

O whey faz parte de um segmento maior, que corresponde aos produtos de origem animal. Além do whey, este nicho também engloba as proteínas da carne bovina, de frango, de peixe, ovos e caseína. Este grande segmento teve uma participação de 67.6% da receita total de suplementos fitness no ano passado.

Os produtos de origem animal são vantajosos para este público-alvo por apresentarem todos os aminoácidos essenciais, além de também contarem com a presença de vitaminas B12 e D, ácido graxo essencial DHA, ferro, zinco, dentre outros micronutrientes.

Uma outra fonte interessante de proteínas que se apresenta como uma alternativa para pessoas que possuem restrições quanto ao whey e à proteína da carne é a soja. Este segmento é considerado um fator chave dentro do mercado fitness e representou 15.7% de toda a receita adquirida em 2018.

Os fatores que levaram ao crescimento da popularidade das proteínas de soja são a maior consciência em torno dos efeitos benéficos das mesmas e a tendência ao veganismo, principalmente entre os consumidores mais jovens e que vivem em centros urbanos.

Por que a proteína de soja tem sido a preferida de muitos no mercado fitness?

A proteína na soja não está presente somente em grande quantidade (16.9 gramas em uma porção de 155 gramas), mas também em alta qualidade. Neste grão, a proteína é completa, ou seja, contém todos os aminoácidos essenciais que o corpo não produz e precisam ser adquiridos através da dieta.

Portanto, quem faz exercício físico regularmente pode se beneficiar deste tipo de proteína, utilizando-a nas dosagens certas para ajudar na construção de massa muscular.

Além desta função mais conhecida, alguns estudos apontam que a soja pode melhorar os níveis de colesterol no sangue.

Em uma revisão que incluiu 35 estudos, foi concluído que o consumo de proteínas de soja reduziu os níveis de colesterol total e de LDL, o colesterol ruim, enquanto aumentou os níveis de HDL, a forma desejável do colesterol.

Sendo assim, é compreensível o porquê a proteína de soja se tornou a opção número um de quem opta por não consumir as proteínas de origem animal. Portanto, ingredientes ricos em proteínas de soja despontam como uma alternativa interessante para o desenvolvimento de produtos voltados ao público fitness.

Proteína de origem animal: a campeã do mercado fitness

Como os próprios dados de mercado apontaram, a proteína de origem animal ainda é a mais consumida no segmento de alimentação fitness.

Popular entre os frequentadores de academias, a dieta da proteína basicamente envolve apenas o consumo deste nutriente, excluindo-se gordura e carboidratos. Apesar de controversa entre especialistas de saúde, este tipo de dieta da moda acaba também contribuindo para um aumento no consumo de proteínas de origem animal, uma vez que são as mais biodisponíveis.

As proteínas de origem animal são aquelas que apresentam o maior teor de aminoácidos essenciais, que irão resultar em uma maior síntese protéica e hipertrofia muscular quando comparadas às proteínas vegetais.

Um estudo comparou o consumo pós-treino de três diferentes fontes de proteína animal – carne bovina, hidrolisado de frango e concentrado de whey protein. Os participantes do estudo consumiram 46 g de proteína durante 8 semanas.

Foi observado que, na quantidade administrada no estudo, todas as fontes foram capazes de aumentar a massa magra do corpo dos participantes, assim como diminuir a porcentagem de gordura corporal.

Os autores do estudo frisaram que estas três fontes são capazes de promover bons resultados a quem pratica exercícios físicos regularmente, sendo todas equivalentes no que diz respeito ao ganho de massa magra e à redução de gordura corporal.

Além de toda a questão nutricional já citada, alguns ingredientes à base de proteína animal disponíveis no mercado também promovem um sabor e um aroma únicos à formulação, contribuindo para que a experiência de consumo seja também muito agradável.

Conclusão

Os suplementos proteicos parecem ser uma unanimidade entre aquelas preocupados com a saúde e com a performance física.

A escolha por cada fonte de proteína dependerá do tipo de público que se deseja atingir e do tipo de eficácia que se deseja para o produto.